A arte do Romantismo é formada por um feixe heterogéneo de estilos, como uma reacção ao equilíbrio, impessoalidade, racionalidade e sobriedade do classicismo.
O Romantismo afastou-se das frias regras da arquitectura neoclássica e dos princípios da ordem, proporção, simetria e harmonia que a caracterizam e foi influenciado pelos valores do sentimento. Deu preferência aos aspectos mais de acordo com a mentalidade romântica, como a irregularidade da estrutura espacial e volumétrica, os efeitos de luz, o movimento dos planos, o colorido da decoração, enfim, características que provocassem o encantamento, estimulassem a imaginação, convidassem ao sonho, evocando realidades diferentes, distantes ou imaginárias.
Burg Hohenzollern, Baden-Württemberg, Deutschland - 1819.O edifício é um típico representante do neogótico.
Assim na época romântica houve a tendência para regressar aos estilos do passado, através da arquitectura historicista e ecléctica.
A arquitectura historicista (ou revivalista) é o nome dado a um conjunto de estilos arquitectónicos que procurou recuperar e recriar a arquitectura dos tempos passados. Na arquitectura europeia a tendência revivalista surgiu no século XVIII, atingiu o seu apogeu no século XIX e prolongou-se até meados do século XX.
O romantismo literário evocava o espírito da idade média, despertando o interesse pela arquitectura gótica.
Casas do parlamento 1836/68 - Charles Barry. Londres
Parlamento de Budapeste em estilo Neogótico
Edifício da câmara de Stekene, Bélgica,em estilo neogótico
O restauro viveu um período de intensa actividade, e construíram-se em estilo neogótico, não só igrejas como diversos edifícios civis, entre os quais estações de caminho de ferro.
Igreja Votiva em Viena (Áustria)
Rijksmuseum (Amesterdão), 1877 (um exemplo de arquitectura neogótica)
O medievalismo da época romântica não constituiu só uma reacção contra a rigidez da arte neoclássica. Uma das significações mais profundas é a do protesto dos povos do Norte, em especial, Inglaterra e Alemanha, contra o domínio da arte mediterrânica e todos os estilos desenvolvidos a partir da antiguidade clássica.
Munich - Marienplatz 1831–1839
Neogótico: Town Hall, em Manchester.
Projeto: Alfred Waterhouse, 1868.
Castelo de Neuschwanstein, um imponente palácio em estilo neo-românico
Também se apontam outras razões para a implementação e difusão do historicismo, como a incapacidade de desenvolver uma arquitectura original e a necessidade que sentiam as novas instituições e as novas classes dominantes de enobrecer-se com o prestígio das formas arquitectónicas do passado.
O movimento revivalista andou associado à arquitectura ecléctica, que incorporava vários estilos. O ecletismo arquitectónico caracterizou-se por misturar estilos antigos, sem a rigorosidade da arquitectura revivalista propriamente dita, que era mais fiel a um só estilo. Apesar de empregarem formas do passado, tanto a arquitectura historicista como a eclética usaram técnicas modernas como as estruturas de ferro e, depois de cimento. O recurso ao passado é assumido nos aspectos decorativos.
O ecletismo arquitectónico busca o exótico e exaltação do passado, recorrendo aos estilos que achar mais adequados para esse fim.
JOHN NASH, Royal Pavilion, Brighton, England, 1815–1818. Este capricho oriental de Nash é uma fusão dos estilos chinês, hindu, islâmico e bizantino.
Muitas vezes os estilos historicistas integraram-se em movimentos de valorização e concepção da história nacional, adoptando um carácter nacionalista, com aconteceu em Portugal, tema que será tratado na próxima mensagem.