O fim de Dezembro é, para muitos povos e culturas desde eras remotas, época de celebrações religiosas, quase todas associadas ao Solstício de Inverno.
Romanos, persas, egípcios, gregos e fenícios celebravam, também em finais de Dezembro, tal como o fazem ainda hoje os hindus, o nascimento de um ser divino, criador e eterno, sinónimo de luz e esperança.
A Igreja de Roma sacralizou, depois, essa data, como o dia do nascimento de Jesus, o Natal. Assim esta data adquiriu uma importância excepcional, para os cristãos, tendo sido instituído como feriado, no século IV, pelo Papa Júlio I.
E de entre as várias manifestações e símbolos do espírito do Natal uma delas sobressai, como sendo talvez a mais universal, popular e significativa: o presépio.
Palavra de origem latina, que significa “estábulo”, o presépio é uma representação de aspecto sentimental da cena do nascimento de Jesus, com contornos poéticos e ingénuos, em que não faltam animais, pastores, figuras populares, anjos e reis magos.
O presépio introduziu-se na cultura portuguesa, entre os séculos XVII e XVIII.
A fama de Machado da Castro fez com que fosse convidado para realizar presépios para a Família Real portuguesa.
Essas obras garantiram que o seu nome seja hoje indissociável dos presépios nacionais.
Entre eles destaca-se o da Basílica da Estrela, por ser o mais monumental.
Trata-se de uma obra de referência nacional, do século XVIII, que ainda se encontra montado na estrutura original de madeira e cortiça.
Tem um total aproximado de 500 figuras.
Tal como outros presépios barrocos, tem representados seis momentos:
- Natividade - Sagrada Família, a vaca e o burro e uma estrutura arquitectónica com anjos suspensos;
- Adoração dos Reis Magos, com os respectivos cavalos e estribeiros;
- Adoração dos Pastores e Populares, com as várias figuras típicas;
- Cortejo Régio, na parte superior;
- Anunciação aos Pastores;
- Matança dos Inocentes
O restante espaço é preenchido com figuras do povo e cenas do quotidiano. Tem ainda, cinco nuvens suspensas com anjos.
Nota - Imagens do presépio da Sé de Lisboa de Machado de Castro
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