Goya por Vicente López (1826).
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Francisco José de Goya y Lucientes, famoso pintor espanhol, nasceu em Fuentedetodos, Aragão, Espanha, em 30 de Março de 1746 e morreu em Bordéus, França, em 16 de Abril de 1828.
Goya é um pintor que percorre a pintura espanhola e europeia desde o rococó do final do século xviii até ao romantismo. A sua produção, foi de uma extraordinária abundância, originalidade e variedade. Pintor de execução rápida, solucionou as composições de maneira concisa.
Esquematicamente, pode dizer-se que Goya, partindo do rococó, entrega-se à cor com fúria e liberdade e vai sucessivamente descobrindo a beleza dos cinzentos e dos pretos, sem com isso renunciar às cores intensas.
Estudando em Madrid e em Itália, a sua mais significativa obra de juventude consiste num conjunto de mais de sessenta cartões para tapeçarias, representando, essencialmente, cenas populares madrilenas.
Partida de Caça - 1775
Guarda-Sol - 1777
Vindima - 1787
Tempestade de Neve - 1787
Operário Ferido - 1787
Em 1786 tornou-se pintor do rei Carlos III. Nesta época pinta os primeiros retratos de personagens da corte espanhola com inspiração neoclássica. Tal como os retratistas ingleses, é um mestre nas representações infantis
Carlos III com traje de caça - 1786
Manuel Osório Zuniga - 1787
1788 – A família dos duques de Osuna
Goya fixa nos retratos a sua excepcional penetração psicológica, bem como a sua destreza técnica e o seu impiedoso realismo. Pinta reis, aristocratas, governantes, escritores, actores e toureiros e alguns auto-retratos.
Carlos IV - 1789
Maria Luísa de Parma - 1789
Em 1792, viajando pelo Sul de Espanha, adoece gravemente, só se restabelecendo parcialmente, em 1793, com surdez.
Dessa viagem pelo sul de Espanha nasce a amizade com a duquesa de Alba, que retratará, assim como ao seu marido.
Duquesa de Alba - 1795
Duquesa de Alba - 1797
Em 1796 e 1797 Goya visitará em estadias prolongadas a duquesa de Alba, que entretanto enviuvara, nas suas propriedades da Andaluzia.
Pinta também a Maja vestida e a Maja desnuda, que são duas obras-primas de tema e tratamento insólitos na pintura da época.
Maja Nua - 1797
Maja Vestida - 1800
Mas a doença marcou-o profundamente e deixa de ver, como acontecera com os cartões, o lado agradável da humanidade, fixando-se nos seus defeitos, e aspectos grotescos. Neste sentido, produz Os Caprichos, série de gravuras que revelam a faceta de crítica social do artista. Quando as termina, em Fevereiro de 1799, coloca-as à venda numa loja por baixo da sua casa em Madrid. Mas retira-as de venda, possivelmente por se reconhecerem referências a pessoas conhecidas.
Até ao seu Avô
O sonho da Razão produz monstros
Maja Nua - 1797
Maja Vestida - 1800
Mas a doença marcou-o profundamente e deixa de ver, como acontecera com os cartões, o lado agradável da humanidade, fixando-se nos seus defeitos, e aspectos grotescos. Neste sentido, produz Os Caprichos, série de gravuras que revelam a faceta de crítica social do artista. Quando as termina, em Fevereiro de 1799, coloca-as à venda numa loja por baixo da sua casa em Madrid. Mas retira-as de venda, possivelmente por se reconhecerem referências a pessoas conhecidas.
Até ao seu Avô
O sonho da Razão produz monstros
Em 1798, começa a sua segunda época de retratos de figuras públicas, pintando o seu famoso retrato da família real espanhola (1800-1801). Os seus retratos deste período mostram, a sua fascinação pelas mulheres e o negro passa a fazer parte do fundo dos seus retratos.
Família de Carlos IV - 1800
Condessa de Chinchón - 1798
Senhora Sabasa Garcia - 1806
Actriz Antonia Zarate - 1811
Quando se verifica a invasão napoleónica, Goya junta-se aos afrancesados. No entanto as guerras napoleónicas vieram e os horrores sofridos, pelos espanhóis deixaram um Goya amargo, transformando a sua arte num ataque contra a conduta insana dos seres humanos, passando a retratar a falta de sentido do sofrimento humano. Entre os anos de 1810 e 1814, produziu sua famosa série de gravuras "Los Desastres de Guerra".
Em 1814, com a restauração da monarquia entrega os testemunhos de que não era afecto ao governo intruso, os quadros «O Dois de Maio ou a Carga dos Mamelucos» e os «Fuzilamentos da Moncloa», que perpetuam a resistência e a luta do povo espanhol contra Napoleão Bonaparte e evidenciam Goya como precursor do realismo.
Dois de Maio - 1814 - Carga dos Mamelucos
Três de Maio - 1814 - Fuzilamentos de Moncloa
Com Fernando VII, Goya continua a trabalhar na corte, mas sente-se preterido e sozinho com a maior parte dos seus amigos mortos ou presos. Pinta então a série de pinturas negras nas paredes da sua casa na quinta del Sordo, assim como as gravuras Os Disparates, em que cultiva magistralmente a pintura da imaginação, demonstrando os aspectos grotescos, fantásticos e monstruosos da natureza humana.
Luta de Garotos - 1820-1823
Velhos comendo sopa - 1820 -1823
Aquelarre - 1820-1823
Aquelarre (detalhe) - 1820-1823
Maneira de Voar
Cavalo Raptor
Quando, em 1823, se instala a monarquia absolutista e opressiva do final do reinado de Fernando VII, com o reacender das perseguições, parte com muitos outros liberais espanhóis para França, instalando-se em Bordéus. É deste período final A Leiteira de Bordéus e outras obras, cujo cromatismo e técnica de pincel antecipam o impressionismo. Ainda consegue ser inovador, apesar dos seus 81 anos!
Leiteira de Bordéus - 1825
Na obra de Goya detectam-se impulsos e maneiras de executar que vão posteriormente constituir princípios orientadores de diversos desenvolvimentos importantes da história da pintura nos séculos xix e xx.
Assim, na exaltação da cor, nos processos narrativos, existe já o germe do romantismo. Pelo impiedoso naturalismo, pela crítica aguda, é plenamente um pintor realista. Pela técnica pictórica dos seus últimos anos, em que se serve da justaposição de pinceladas de cores puras para formar novas cores e delimitar as massas, os impressionistas reconhecem-no como um precursor. A deformação da realidade, tão significativa nas suas gravuras, é nitidamente expressionista. E tem em comum com os surrealistas as visões fantásticas e oníricas das pinturas negras e que povoam a sua excepcional obra gráfica.
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