quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Terramoto de 1755 e Reconstrução de Lisboa


Terramoto de 1755

O terramoto de 1 de Novembro de 1755 ocorreu pelas 9h 40m da manhã.          
Sabe-se que Lisboa foi atingida com uma magnitude próxima de 9 na escala de Richter.
O terramoto decorreu entre cerca de 6 minutos a 2 horas e meia.
Seguido do terramoto ainda houve um maremoto que destruiu o Terreiro do Paço e depois do maremoto ainda houve um incêndio que demorou 6 dias a ser apagado tendo destruído toda a baixa de Lisboa.
O tremor de terra foi tão forte que provocou estragos em todo o país e sentiu-se até ao Sul de França, países do Norte da Europa e do Norte de África.

Reconstrução de Lisboa - uma Lisboa Pré-Clássica

Em Lisboa, o Marquês de Pombal, 1º ministro de D. José, recusando os conselhos de alguns que pretendem mover a capital para outra cidade, ordena a reconstrução de acordo com as novas teorias de organização urbana, após ordenar uma avaliação da situação real através de um inédito inquérito à população. É ainda o Brasil colónia que paga quase toda a reconstrução, com mais de 20 milhões de cruzados. A cidade recebe ainda ajudas de países como a Inglaterra, a Espanha e a Hansa alemã, enchendo-se de estaleiros de construção.
A maior parte da nobreza e aristocracia portuguesa refugia-se nas suas quintas nos arredores de Lisboa. 
O Rei instala-se num palácio improvisado de madeira, a Tenda Real, enquanto o novo em pedra começava a ser erigido fora da cidade de Lisboa. 
O grande volume de obras acontece, no entanto, no centro da antiga cidade, com o desenho de um novo projecto para a Baixa, o bairro mais atingido pelo terramoto. Este é projectado por Eugénio dos Santos, Manuel da Maia  e Carlos Mardel e aprovado pelo Marquês, enquadrando-se no espírito iluminista e pragmático da época: as ruas estreitas são substituídas por largas ruas rectilíneas dispostas ortogonalmente. Estas permitiriam não só a devida iluminação e ventilação, como aufeririam  mais segurança.

Cuidados na Reconstrução

Os edifícios a construir também foram alvo de uma política consistente, tendo a equipa projectista definido o desenho das fachadas, as regras de construção da estrutura dos edifícios e elaborado um conjunto de outra regulamentação com vista à produção de um conjunto habitacional capaz de enfrentar melhor um eventual terramoto, assim como redesenhar a estrutura social da cidade de Lisboa, atribuindo-lhe um novo pendor comercial à cidade.

Gaiola Pombalina

A estrutura inovadora escolhida consistia num esqueleto de madeira (a gaiola pombalina), uma malha rectangular com traves nas suas diagonais procurando que a flexibilidade da madeira se adaptasse à sobrecarga provocado pelo terramoto sem que a estrutura quebrasse.
Todos os edifícios da zona da Baixa assentariam numa estacaria em pinho que permitiria dar mais resistência ao solo arenoso da Baixa e garantir a transferência eficaz do peso dos edifícios para o solo sem que este cedesse.
Todos os edifícios teriam paredes corta-fogos de alvenaria a separá-los uns dos outros. A estandartização das fachadas, das janelas, das portas, dos azulejos de padrões geométricos simples no hall, etc. permitiria a aceleração do processo de construção através da produção em série destes elementos fora do local da obra. Todo o conjunto possui proporções e regras de composição clássicas, com recurso à proporção de ouro.

Plano Geral

O centro estruturante da nova cidade seria a Rua Augusta que ligaria o limite Norte da cidade, o Rossio, e o limite Sul, o Terreiro do Paço, onde uma disposição monumental dos edifícios, o arco da Rua Augusta, um monumento ao rei e o Tejo a fechar a praça, contribuiriam para o desenho daquilo que se pretendia que fosse o novo coração da actividade comercial da reconstruída cidade de Lisboa.
Os edifícios do Terreiro do Paço estariam destinados à instalação dos armazéns e grandes casas comerciais que se esperaria que voltassem a surgir e a animar a praça, mas após vários anos de abandono acabaram por ser ocupados por ministérios, tribunais, o Arsenal, a Alfândega e a Bolsa, já no reinado de D. Maria I. 

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